Frutifique na fé (Jo 15.1-8)

Os frutos na fé são uma evidência visível de que estamos fundamentados em Cristo e da operosidade da Salvação em nossas vidas. Além de expressar maturidade espiritual, os frutos na fé representam um vínculo com o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o qual testifica a quem pertencemos e que o nosso relacionamento com Deus não está alicerçado na mera religiosidade. Em nosso texto, Jesus explica através de uma metáfora que aqueles que permanecem nele produzirão muitos frutos. Diante disso, devemos nos questionar o que a Palavra de Deus nos ensina sobre a importância dos frutos na fé e compreender que frutificar espiritualmente é uma responsabilidade cristã.

1. Os frutos na fé são o resultado de estarmos alicerçados em Jesus. Vs. 1-5

Estar alicerçado em Jesus é o ponto fundamental para que a vida cristã seja marcada por genuínos frutos na fé. Sem Cristo é impossível que desenvolvamos os frutos espirituais que são pertinentes a um relacionamento com Deus. No discurso do cenáculo, Jesus se apresenta como a videira verdadeira, na qual os discípulos, como galhos precisam estar ligados. Através desta ilustração, Cristo expõe que a vitalidade para frutificar na fé só pode ser obtida em Jesus. Ele é o ponto crucial para que tenhamos condições de viver uma vida transformada e para que produzamos os frutos que tanto glorificarão ao Senhor quanto abençoarão as pessoas que nos cercam.

O versículo 5 esclarece que sem Jesus é impossível frutificar, expondo que a dinâmica da vida cristã é um relacionamento com o próprio Cristo. Ao estabelecer tal princípio, a Palavra de Deus considera como não podemos ter uma vida baseada na religião. Os ritos religiosos não são capazes de gerar a mudança que só pode ser encontrada em Jesus. Se desejamos ser instrumentos nas mãos de Deus para abençoar a nossa família, rua, bairro, cidade, estado e país, nós precisamos questionar se estamos priorizando o nosso relacionamento com o Filho de Deus.

2. A ausência de frutos na fé será punida por Deus. Vs. 6

Cristo alerta para as consequências da ausência de frutos, explicando que haverá uma justa punição para quem não frutifica na fé. Jesus já havia afirmado no versículo 2 que todo ramo infrutífero seria cortado. No vers. 6, Ele utiliza a figura de galhos que estão sendo juntados e jogados na fogueira para descrever a punição que está destinada para quem não desenvolve os frutos na fé.

De uma forma mais contundente, Jesus aponta que por não estarem ligados a videira, os galhos não possuem vitalidade para os frutos, restando-lhes consequentemente apenas a devida punição. Essa exortação evidencia o rigor do Reino de Deus, o qual nos convoca a desenvolver uma fé autêntica que não se conformará com a apatia. Um verdadeiro servo de Cristo jamais ficará satisfeito com a aridez espiritual. Sua vida, precisa testemunha que a salvação que lhe foi outorgada por Jesus é efetiva para mudar-lhe por completo e por estar vinculado a Jesus, o discípulo expressará através da própria vida o quão é poderoso o evangelho do Reino.

3. Os verdadeiros discípulos de Cristo são identificados pelos frutos na fé. Vs. 7-8

Jesus conclui nosso texto desafiando os discípulos a permanecerem firmes no compromisso de se relacionarem com Cristo e exortando-os a perceberem que um relacionamento com Jesus é a chave para que as nossas orações sejam ouvidas. Através do Filho de Deus, podemos ter os nossos pecados perdoados e compreender que as debilidades pecaminosas que outrora atrapalhavam nossa comunhão com Deus-Pai serão removidas. De tal maneira, que teremos liberdade em Jesus para nos aproximar do trono da graça, como expõe o autor de Hebreus.

“Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas alguém que, à nossa semelhança, foi tentado em todas as coisas, porém sem pecado. Portanto, aproximemo-nos com confiança do trono da graça, para que recebamos misericórdia e encontremos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno.” (Hb 4.15-16)

Além disso, Jesus afirma que os frutos na fé glorificarão ao nosso Senhor e testificarão que somos verdadeiros discípulos de Cristo. Nossa salvação atinge seu propósito quando glorificamos aquele que é o autor da redenção. Os frutos espirituais não são estabelecidos a fim de que o esforço humano seja louvado ou busquemos a aprovação e o reconhecimento dos homens. Muito pelo contrário, os frutos na fé devem ser motivados pelo ideal de que Deus merece ser glorificado. Ao vivermos uma vida frutífera em Jesus, termos a oportunidade de sermos instrumentos nas mãos do Senhor para que o seu nome seja exaltado e assim cumpramos o propósito para o qual fomos criados e redimidos.

Aplicações:

1) Somos convocados a viver uma vida que testifique através dos nossos frutos na fé de que somos discípulos de Jesus. 2) Precisamos ter um santo incômodo com a ausência de frutos espirituais. Não é comum que um cristão deixe de produzir frutos na fé. 3) Devemos priorizar intencionalmente um relacionamento com Jesus. Não conseguiremos produzir frutos se não estivermos ligados a Cristo. 4) Somos desafiados a submeter nossas vidas a Jesus a fim de que vivamos os eternos propósitos do Senhor.

Jaison Oliveira
Jaison Oliveira

Pastor auxiliar na Primeira Igreja Batista em Codó (MA), Mestre em teologia pela Faculdade Batista do Paraná (FABAPAR), tem exercido a docência teológica em instituições evangélicas, nutrindo interesse por línguas originais da Bíblia, teologia bíblica e religiões comparadas.

Artigos: 9

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